Radio Fusion

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Os Maias e o juizo final

      
       Nossos dias estão contados, preparem-se para o juízo final. Conheçam o templo sagrado de uma civilização perdida e conheçam a verdade sobre a profecia maia. Os maias realmente enxergavam o passado e o presente com precisão extraordinária? A data exata do nosso fim estaria oculta em seus antigos textos? O tempo está se esgotando, a contagem regressiva começa agora. Veja o video.

Os Maias e a Profecia do Juizo Final

terça-feira, 3 de julho de 2012

E.C Esperança - Povo Novo

E.C Esperança
   A arte de ser centenário não deve ser expressa apenas como manifestação e valorização estética ou de títulos. È antes de tudo, uma atitude do homem em relação ao seu passado e, neste sentido, as lembranças tornam-se eternas vigias do tempo, consistentes memórias que aguçam os sonhos ou as frustrações do passado.
         Estou falando isso porque teria que sintetizar o quase centenário E.C Esperança (Povo Novo, 19/10/1913) e reviver na memória dos mais velhos as utopias de uma geração e as suas inquietantes lembranças de uma equipe de vencedores. A geração de Tatá ( Antonio Gustavo Mendonça das Neves), Bocha ( Edes Mendonça das Neves), Biboca ( Silvio Mendonça das Neves), Dino (Bernadino Mendonça das Neves) e o Amir, os irmãos que brilharam nos anos 50 na escola de futebol chamada Esperança. Tatá jogou por 45 anos no time do coração e o Bocha jogou 32 anos vestindo as cores verde e amarela. A irmã Eloá, 17 anos, era a rainha e eles eram o pilar que garantiram o título  de Campeão Gaúcho de Futebol amador em 1953.
       Um feito inédito. O adversário, o Olaria de Novo Hamburgo, tomou de 5X4 no jogo em casa e no jogo de volta (18/04/1954) no campo do E.C Rio Grande, tempos da Buarque de Macedo, os alemães levaram de 5X0 na prorrogação. Foi o presente dos 40 anos do clube. Virou magia, empolgadas bandeiras, barulhentos apitos da torcida e suas matracas coloridas. Desfilaram   pela cidade, afinal,o mundo urbano lhes pertencia e eles viriam do interior para serem os campeões do estado.
      Em seguida, o caçula Claudio começaria a jogar bola e os insistentes convites para jogarem futebol nas equipes profissionais de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre. Tornaram-se lendas, encanto de quem os viu jogar. Tatá, Bocha e Dino já faleceram, nem deixaram filhos, mas a herança de um futebol clássico e refinado sobrevive na memória do velho Povo Novo e essa temporalidade memoralística tende a promover um profundo contato entre a memória e o esquecimento entrelaçando a experiência vivida com a possibilidade de reconstruir novos paradigmas do tempo distante.
     Em 2013 serão os 100 anos do E.C Esperança e, provavelmente, raros clubes amadores do Rio Grande do Sul ainda estejam em plena atividade. O clube vem disputando o campeonato da Campanha com o 1º e 2º quadro e um projeto com os meninos do Povo Novo na escolinha de futebol com encontros as quintas-feiras. Em sua sede social fotos e troféus acumulados no tempo e os bailes já não tem mais o brilho das velhas tradições e dos exageros personalizados de uma elite branca, mas continua com seu status de prestigio e, inabalavelmente, uma organização solidificada com o trabalho de aproximadamente 30 pessoas que ajudam a reconstruir no dia-dia os sonhos de uma geração. Uma paixão como diria a ex-presidente Teresa Pires, que em minhas veias o sangue  é e sempre será “verde e amarelo”, ou uma extensão da nossa casa diria o Jorge Wainer das Neves.

Escola Machado de Assis - Palma. Trocaram o nome.


O lugar onde vivo, a escola que estudo. Por que trocar o nome?

Ainda são raros os estudos sobre a educação distrital em Rio Grande. Não obstante, no plano institucional, um silêncio e desinteresse conveniente nos núcleos das instituições relacionadas à educação no nosso meio. Poucas as ações afirmativas no campo das análises e processos avaliadores e nesta lógica que movimenta o modelo atual, pouco espaço para entender os mecanismos que forjaram no tempo as nossas identidades culturais. Já falo nestes modos por que vão aparecer melhorias materiais que constituíram uma melhora significante nas estruturas escolares, mas a conversa é outra e o ano é 1927. Comemorava-se o centenário da instituição oficial do ensino primário no Brasil e na Vila da Quinta, fechava as portas uma das mais interessantes experiências em educação que tivemos em Rio Grande, a Escola Agrícola da Quinta, mantida pela Ordem de São José de Murialdo, os padres Josefinos, que durante 12 anos (1915/1927) trouxeram uma nova concepção de educação nestes recantos de domínios oligárquicos.
            O Ato nº 1053 da Intendência Municipal de 15/10/27, criava a Escola da Palma. Está lá no “Relatório do Município do Rio Grande – 1925/1927” –Biblioteca Rio Grandense-.  Foi-se 85 anos, embora o nome da Escola tenha passado dos 70 anos com o batismo de Machado de Assis. Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839 e faleceu em 29/09/1908. Com o nome da Escola, era o reconhecimento que prestávamos a um dos maiores nomes da literatura da língua portuguesa. Pois bem. A Escola Machado de Assis, na Palma, trocou de nome. Agora é Argemiro Dias de Lima. Será que consultaram a comunidade local? Não. Foi trocado as pressas entre o protocolo e efetivação do novo nome não ultrapassou 3 semanas. E fora do período letivo, em 03 de fevereiro deste ano lá estava a singela festa de inauguração da Escola Argemiro de Lima.
            Talvez não seja justo entrar no mérito dos nomes, mas podemos questionar os critérios que se impõe a troca do nome de uma escola. O que se avalia? Qual o peso justificado? Seria falta de leitura histórica e interesses de grupos? Creio que nome      de pessoas da localidade tenha um significado social, estabelece relações de convivências, mas estamos falando de uma Escola de 85  anos. Lá estudaram os avós, pais e filhos da maioria dos moradores atuais.
          No antigo prédio de madeira, ponto de encontro dos getulistas que depois moldaram as hastes do trabalhismo, e na urna silenciosa, os descaminhos conservadores da política rio grandina. Das lembranças das tropas de gado até  os anos 60 para os Frigoríficos de Pelotas  ao descaso de uma estrada ordinariamente mal cuidada por gestões irresponsáveis, aos guris quebrando gelo em tamancos nas manhãs frias de inverno ou do piquete dos petiços no tempo da lonjura onde o ônibus nem existia, e lá estava o Machado de Assis. Símbolo de vida melhor, esperança de aprendizado a dezenas de filhos de agricultores. Sim. Todos eram filhos da pequena propriedade rural do nosso interior como nos tempos atuais.
            Nem sei quantos deles leram um dia às relíquias machadianas, nem sei se o Argemiro sabia quem fora Machado de Assis, mas o prédio agora, por capricho dos letrados da cidade leva seu nome. Vai ficar a indignação de muitos ou justiça feita para poucos. Mas precisava trocar o nome mesmo? Não seria mais inteligente uma praça, uma biblioteca, um jardim ou uma sala anexa com as justas homenagens ao Sr. Argemiro, mas assim, em pleno fevereiro? O bom senso diz que a pressa é inimiga da perfeição.